Tamanduá-bandeira, natureza e biodiversidade!

Conheça o Vale das Pedras

Rodrigo Viana

Na natureza é possível encontrar formações dos mais variados tipos. Quando se pensa em relevo, existem os vales que são áreas caracterizadas por uma baixa de terreno alongada na superfície terrestre, entre duas vertentes, como montanhas ou colinas, geralmente com um curso d’água. Em outras palavras, seria um corredor natural formado por longas inclinações da superfície. A exemplo de uma região de baixo declive, formada por grandes colinas com a presença de Cerrado, afloramento rochoso e um ribeirão, esse é o Vale das Pedras.


O Vale das Pedras fica no interior da área 1 da Floresta Nacional de Brasília, na região central da Unidade de Conservação (UC). Recebe esse nome pela presença de pedras, típicas em áreas de afloramento rochoso, que também dão nome ao Ribeirão da Pedras, o mais importante dessa área. A nascente do Ribeirão, e boa parte desse curso, está no interior da UC, o que permite uma proteção a ele e favorece a conservação dessa região. Esse Vale tem muitas nascentes, matas de galeria e campos que dão força ao Ribeirão, ao longo do percurso, mas que nasce de forma tímida ao norte. Naturalmente o Ribeirão das Pedras compõem a Bacia do Rio Descoberto, principal fonte de abastecimento de água potável do DF. Em razão das características o local tem água da fonte o ano inteiro.

Detalhe de pequeno curso d'água formado pela água escoando até chegar ao Ribeirão das Pedras.  

A água do Ribeirão das Pedras, seja na nascente ou ao longo do percurso é transparente e de temperatura bem fria. Tão fria que um dos pontos baixos foi batizado de ‘Geladeira’, atualmente uma das pontes de passagem para o lado oposto, com uma trilha suspensa. Na época de chuvas, o volume da água aumenta o nível normal e pode ter mais presença de folhas das espécies que ficam nas matas de galeria ou próximas às margens. Na medida em que avança, o Ribeirão das Pedras ganha força, o que pode favorecer a possibilidade de ouvir mais os sons causados pela passagem da água, mais uma experiência sensorial que faz bem.

Vista do interior do Vale da Pedras, parte sul, em campo aberto e parques de Cerrado.

No interior do Vale, à medida que se caminha para as margens do Ribeirão, é possível observar plantas típicas do bioma Cerrado, com a caliandra, canela-de-ema, sempre-viva, buritis, além de pássaros, insetos coloridos e pequenos répteis, talvez algum outro animal maior. Também pode-se ouvir canto das aves, ruído das águas, atrito das pedras no calçado ao caminhar, presentes nas trilhas, o barulho dos ventos e outros sons. As trilhas proporcionam um respirar mais puro e revigorante. Essas possibilidades são somadas ao período do dia, como um amanhecer, uma manhã, a tarde ou num entardecer, quando a atmosfera local ajuda a compor as paisagens. As chuvas, secas e variações de cada época também contribuem para cada momento a ser presenciado. É uma experiência interessante para quem quer, gosta ou precisa de mais contato com a natureza.

Vista da parte sul do Vale da Pedras na estação chuvosa, com buritis e lobeiras em campo alagado.

Em qualquer dos lados desse Vale é provável a observação das formações vegetais ou do relevo pouco acidentado dessa UC. As fitofisionomias, como são chamadas as formações vegetais do Cerrado, podem ser observadas de um plano mais afastado, o que auxilia para um melhor entendimento sobre as diferenças entre cada uma delas e também da composição harmoniosa entre elas, além de algumas características locais. A depender da estação do ano, a paisagem pode apresentar tons mais verdes, típicos de tempos mais chuvosos ou tons mais marrons, típicos dos períodos mais secos, ou ainda as variações entre essas duas estações climáticas típicas do bioma. Em qualquer tempo, é um local de interações ecológicas de interesse e que vale uma trilha para contato com a natureza.

Vista da parte norte do Vale da Pedras na estação seca, céu aberto em campo com canelas-de-ema.

  LEIA MAIS   Gostou de saber mais sobre o Vale das Pedras? Saiba também as principais curiosidades sobre o Cerrado e também sobre o tamanduá-bandeira.

Comentários

Unknown disse…
Precisamos com urgência lutar para preservar o que ainda resta do cerrado, este importantíssimo bioma, berço de rios e nascentes. Uma vegetação de características lindíssimas e com espécies da flora, ainda pouco conhecidas e endêmicas em alguns locais. O cerrado é um patrimônio nacional e não pode desaparecer para dar lugar a monocultura de soja, que visa apenas o enriquecimento de poucos.
Vamos divulgar está idéia o máximo possível.
Marcelo Pantuzza.
Instituto Jurumi disse…
Agradecemos pela visita e por deixar um comentário! A natureza é a nossa base. Seja bem-vindo! Até logo!
Vitor Couto disse…
Belas imagens, o cerrado é realmente muito belo e impressionante!
Instituto Jurumi disse…
Agradecemos pela visita Vitor e por deixar o seu comentário! Seja bem-vindo e até logo!

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