No Dia da Caatinga, três curiosidades do bioma exclusivamente brasileiro
A Caatinga e seus intensos contrastes, juntamente com a figura do homem sertanejo, que é "antes de tudo um forte", foi e ainda é inspiração para grandes obras literárias brasileiras. Esse bioma é encontrado quase que totalmente na região Nordeste do Brasil, ocupa cerca de 10% do território nacional, e constitui o ecossistema predominante do sertão nordestino.
A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e, apesar da visão comum de seca e pobreza, é um ecossistema bastante rico, mas que também tem sido ameaçado pela ação humana.
Vamos conferir o que torna a Caatinga única no mundo!
O Semiárido e o Sertão
Quando falamos da Caatinga as palavras semiárido e sertão sempre estão presentes e, às vezes, se confundem. A Caatinga é um conjunto de ecossistemas com características em comum, o que a define como um bioma. O clima semiárido é o típico da Caatinga, caracterizado pelos períodos de seca extrema e estiagem. Por isso, sua vegetação é adaptada a essas características. Sertão é uma zona geográfica da região Nordeste onde predominam o bioma Caatinga e o clima semiárido.
A Mata Branca
O nome Caatinga tem origem no idioma tupi e significa mata branca, o que faz referência a sua vegetação sem folhas no período de seca, predominando na paisagem uma visão clara e branca dos troncos das árvores.
A caducidade das folhas é uma das principais características da vegetação da Caatinga. Isso porque, devido ao período sem chuvas e muito quente da seca, as plantas perdem as folhas estrategicamente, pois assim reduzem a superfície de evaporação e a perda de água e conseguem sobreviver até as chuvas retornarem. Já com água, a paisagem se transforma e a Caatinga se renova. Além da perda das folhas, as árvores são geralmente baixas, os troncos tortuosos e com espinhos.
Biodiversidade
Apesar das condições adversas, o bioma caatinga apresenta uma grande biodiversidade. Estima-se que cerca de 323 espécies de vegetais e 327 espécies de animais são endêmicas da região, segundo a WWF-Brasil. Uma dessas espécies é a ararinha-azul, ave com o maior risco de extinção no mundo. Vive também na Caatinga a arara-azul-de-lear, a segunda mais ameaçada de extinção do país. Apesar de não ser endêmica da região, outra ave é o símbolo da Caatinga: o carcará. A ave de rapina é facilmente encontrada nesse bioma e ficou popularizada no país inteiro por inspirar letras de músicas que falam do sertão nordestino.
Entre as espécies vegetais, destacam-se o mandacaru, o xique-xique e o juazeiro, todas elas especialmente adaptadas para as condições climáticas particulares da Caatinga, mostrando a grande diversidade e riqueza que se apresenta nesse pedaço da natureza.
Curiosidade bônus: o Dia da Caatinga foi escolhido para ser dia 28 de abril em homenagem ao pesquisador João de Vasconcelos Sobrinho, pioneiro nos estudos ambientais e para conservação da natureza no país.
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