Tamanduá-bandeira, natureza e biodiversidade!

Natu 15

Espécie Bico-doce (Ameiva ameiva)
Bico-doce é um lagarto neotropical pertencente à família Teiidae. É de porte médio, cerca de 50 cm, possui hábitos diurnos e terrícolas. Possui ocorrência geográfica em todo Continente Americano, sendo mais frequente na América Central e do Sul. Aqui no Brasil, o lagarto é encontrado nos biomas Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e em áreas de restinga. Pode ser visto em áreas abertas ou florestais, urbanas ou rurais. Sua alimentação é generalista, ou seja, consome variados invertebrados como: gafanhotos, baratas, besouros, aranhas, larvas de insetos e algumas folhagens. Sua temperatura corporal pode passar de 37 ºC no momento que está mais ativo. A tendência populacional atual é estável mas a população está perdendo seu habitat devido ao desmatamento





Na trilha • Trilhas Ecológicas Interpretativas 
Você conhece o termo Interpretação Ambiental (IA)? Desde a década de 1970, esse termo começou a ser utilizado no planejamento e gestão de Unidades de Conservação (UCs), pois na época a procura por locais verdes e parques nacionais aumentava consideravelmente. Segundo, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, o conceito de Interpretação Ambiental é: (...) um conjunto de estratégias de comunicação destinadas a revelar os significados dos recursos ambientais, históricos e culturais, a fim de provocar conexões pessoais entre o público e o patrimônio protegido (ICMBIO, 2017). 

Ou seja, a Interpretação Ambiental pode ser um instrumento para promoção da Educação Ambiental (EA) dentro das UCs. Mas, para que essa interação aconteça, são necessários alguns recursos lúdicos para facilitar o entrosamento dos visitantes com o espaço natural. Para isso, o Projeto Doces Matas (2002), propôs alguns processos para ajudar no desenvolvimento dessa atividade e que vem se aplicando até hoje com sucesso. São eles: conectividade, criatividade, impecabilidade, interatividade, ludicidade, objetividade, receptividade. 
As trilhas ecológicas interpretativas, são um dos alvos da interpretação ambiental, pois são nelas que ocorrem essa interação entre visitantes e meio ambiente. Elas são de pequeno trajeto (500 a 1500m), com percurso rápido que dura cerca de 1h e um dos objetivos é manter a atenção das pessoas com a diversidade de elementos do local. 

Você já percorreu uma trilha ecológica interpretativa? Se ainda não, não perca tempo. Convide um amigo, procure uma UC e aproveite todas as maravilhas que a natureza nos oferece. Aproveite para renovar as energias e treinar sua Interpretação Ambiental.




Entrevista • O fascinante mundo dos aracnídeos por Paulo Cesar Motta
Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Mestrado e doutorado em Ecologia (Universidade Estadual de Campinas). Professor da Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Zoologia. Área de atuação: Ecologia e Zoologia de Aracnídeos do Cerrado. 



Conte-nos: você quem escolheu cursar biologia ou ela quem te escolheu?
Talvez as duas coisas. Eu escolhi, foi uma opção pessoal, e a primeira no vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Naquela época (final dos anos 1970), muitos cursavam Biologia como segunda opção, tendo Medicina como primeira. E a Biologia me escolheu, muito antes. Desde criança sonhava em ser cientista, em observar os detalhes da natureza, pois a vida dos animais e das plantas, e a interação entre estes dois, e vários outros mistérios, sempre me fascinaram. Em suma, é o encantamento com as “infinitas formas de grande beleza”, como citado no parágrafo final do livro Origem das Espécies de Charles Darwin (1859). 

A exposição itinerante sobre a biodiversidade do cerrado, costumam ser bem aceitas nas ruas? Fale-nos a respeito dessa experiência.
Para contextualizar, as atividades das universidades devem respeitar o famoso tripé “ensino-pesquisa-extensão”, conforme o Artigo 207 da Constituição Federal de 1988. Mas o que significa extensão universitária? Uma atividade de extensão acadêmica pressupõe uma ação junto à comunidade, disponibilizando ao público externo o conhecimento adquirido com o ensino e a pesquisa desenvolvidos na universidade, propiciando a interação com a comunidade e contribuindo com a socialização do conhecimento. 
O Projeto “Bio na Rua”, provavelmente, é um dos mais longevos projetos de extensão da Biologia da UnB, criado oficialmente em 2004, mas praticado, de forma preliminar e reduzida, desde 1996 ou 1997. O “Bio na Rua” surgiu para atender a demanda, principalmente de escolas da rede pública de ensino médio e fundamental, de expor parte do acervo de material biológico do Instituto de Ciências Biológicas como atividade didática extraclasse (“feira de ciências”) e multidisciplinar. O projeto, no formato de exposição itinerante, visa divulgar a Biologia como Ciência, bem como contribuir para a sensibilização de estudantes e da população em geral para a conservação da biodiversidade do Cerrado por meio do contato direto com os materiais expostos. As atividades envolvem geralmente entre cinco a dez alunos da UnB, exceto em grandes eventos, quando este número já chegou até 50. Além de escolas, o projeto atua também em praças e espaços públicos, shoppings, festivais, feiras livres, eventos acadêmicos, entre outros locais. O nosso acervo, embora pequeno e restrito basicamente aos animais (embora com eventuais plantas e fungos), representa uma possibilidade de acesso real às amostras da nossa biodiversidade praticamente inexistentes nas escolas públicas. Museus de história natural são raros no Brasil, e inexistentes na região Centro-Oeste, e a nossa pequena proposta de museu itinerante visa complementar ou auxiliar as atividades do ensino tradicional. Outra motivação foi sobre o papel social da universidade pública. Considero muito importante que as pesquisas e o espírito questionador, crítico e desbravador do cientista sejam também disponibilizados, de forma diferenciada, para a população. O que nós fazemos, em pesquisas de campo ou laboratório, pode não parecer importante para a pessoa comum, mas talvez seja este um desafio, ou seja, saber traduzir esta atividade para a população, e consequentemente, sobre a importância da ciência. 

Conhecer para conservar, a exposição itinerante também atua como estratégia de conservação?
Sim, certamente. O bioma Cerrado tem sido muito devastado, principalmente pela expansão de atividades agrícolas e pecuárias. A produção de alimentos e o desenvolvimento são necessários e essenciais para o país, mas a preservação do meio ambiente (“natureza”) também. O desenvolvimento econômico geralmente é visto de forma imediatista e não sustentável. Mas o meio ambiente e a biodiversidade devem ser pensados em outra escala de tempo, uma vez devastados, a perda geralmente é para sempre. A deficiência de aulas práticas no ensino fundamental e médio e desconhecimento prático da população sobre a biologia dos animais requerem abordagens amplas, em termos políticos, educacionais, de divulgação científica e de ética ambiental. O projeto “Bio na Rua” tem plena consciência da complexidade do tema, que necessita de abordagens multidisciplinares e transversais, mas espera contribuir, dentro de suas limitações, para a sensibilização de estudantes e da população em geral para a importância da conservação da biodiversidade do Cerrado. 

Ainda sobre a exposição itinerante: é um projeto de extensão que pode receber estudantes que tenham interesse em contribuir com a divulgação sobre a biodiversidade e importância do cerrado?
Sim, temos estudantes da Biologia (e de outros cursos), e da pós-graduação. O envolvimento dos estudantes é essencial, são eles que levam o projeto, fazem tudo, sem eles, o projeto não existiria. E é muito importante para a formação deles. Nos últimos anos, transferi todas as atividades do Bio na Rua aos alunos, pois é importante o protagonismo estudantil nas atividades de extensão universitária. Mas sempre observando os princípios da igualdade (não discriminação do público alvo, seja ideológica, racial, religiosa, de gênero, social, econômica, etc) e da gratuidade (sem exigência de qualquer tipo de contrapartida, independente se a entidade alvo é pública ou privada, se é da periferia ou da “elite”); claro que uma ajuda na alimentação, no transporte e na logística geral é sempre bem-vinda. 


Por que escolheu trabalhar com aracnídeos? 
São animais fascinantes, com quase total desconhecimento, quando comecei, no Cerrado. Representou um desafio, uma aventura de desbravamento. Paixão antiga, mas só vivenciada na maturidade. Mas também tenho interesse e curiosidade sobre os outros artrópodes terrestres, como insetos e miriápodes. Por exemplo, no meu mestrado e doutorado trabalhei com borboletas e interação inseto-planta. E sou o autor do primeiro trabalho científico sobre as cigarras do bioma Cerrado (de 2003), inseto muito eloquente e conhecido em Brasília. 

Encararia uma missão de um novo livro em outro bioma? Se sim, qual seria o bioma de sua escolha?
Com certeza, não. Para tal empreendimento, seriam necessárias pesquisas e amostragens intensivas nestes locais, o que não possuo e nem terei tempo de vida para isso, e existem pesquisadores muito mais capacitados para isto. Mas em termos hipotéticos, os biomas Caatinga e Pantanal mereceriam maior enfoque. A Floresta Amazônica e a Mata Atlântica, em graus diferentes, possuem diversos estudos, assim como, de certa forma, o Pampa. Este último também abordaria, por razões emocionais, pois foi lá que nasci e me criei. Mas, se possível, faria uma segunda edição do livro Aracnídeos do Cerrado, atualizada e ampliada, em forma de e-book e disponibilizada gratuitamente na internet.

É certo que alguns invertebrados possuem seus "fãs de carteirinha". Caso contrário, quais os desafios encontrados na conscientização de alunos e pessoas que não simpatizam com os aracnídeos?
Vários invertebrados possuem seus fãs, grupos carismáticos como borboletas, alguns besouros, libélulas, entre outros. Os aracnídeos, em geral, não são bem vistos. Considero dois aspectos importantes na conscientização. A educação científica, para desmistificar; por exemplo, das cerca de mil espécies de aranhas do Cerrado, somente duas podem causar problemas ao homem, sendo uma delas encontrada apenas em ambientes específicos (não ocorre nas residências ou proximidades). O conhecimento biológico deste grupo pode ajudar. Mas o problema não é só científico e racional. Não adianta muito dizer que a probabilidade de uma pessoa ser morta por uma picada de aranha, no Cerrado, é quase próxima a de um avião, ou um meteoro, cair em cima da sua casa. Além da razão, é importante atingir a emoção, o coração. Este é o desafio, derrotar mitos e inverdades que estão impregnadas nas mentes das pessoas. Aranhas não são seres do mal. [O escorpião amarelo é um caso à parte, que mereceria mais “linhas de texto”].

Com sua experiência em sala de aula, já teve algum aluno com aracnofobia? Descreva-nos sobre o desfecho dessa história.
Sim, já tive vários alunos com aracnofobia, desde casos leves até extremos. Costumo levar, na aula de aracnídeos, uma aranha caranguejeira (grande, escura, peluda, com aparência aterrorizante mas inofensiva em termos de peçonha e agressividade) para a manipulação (pegar a aranha, ou deixar ela andar sobre a mão e braço), e geralmente os alunos fazem fila para viver a experiência, mesmo aqueles temerosos que são estimulados pelo professor e monitores. 
Caso 1. Aluna me pergunta se vou mostrar fotos de aranhas, respondo que sim, e ela sai correndo da sala, deixando seus pertences. Conversando depois, disse que não iria para a atividade de campo (aula prática de campo, num sábado, área natural de cerrado) pois tinha medo de aranhas. A aluna não ia nem em parques e jardins urbanos. Me contou que, quando criança, estava em uma cachoeira e uma aranha grande caiu sobre ela e ela entrou em pânico. Percebi que não era apenas um simples temor ou uma fantasia pitoresca, que o caso era grave, e troquei a atividade por um levantamento teórico sobre a aracnofobia, apresentando três estudos científicos com abordagem psicológica. Depois fiquei sabendo que ela havia abandonado a Biologia e mudado de curso (Medicina). 
Caso 2. Aluna me pergunta se vou mostrar fotos de aranhas, respondo que sim, e ela sai correndo da sala e chorando, deixando seus pertences. Minutos depois, fui encontrá-la sentada num banco próximo, estava quieta, tipo paralisada, e escreveu no celular “não consigo falar ou me mexer”.
 
Quais conselhos daria aos estudantes que tiveram pouco contato na graduação, mas desejam seguir nesta área e ainda não sabem como começar?
Cada um tem sua história de vida, suas experiências, lembranças, sentimentos. E assim conselhos são só comentários de alguém que teve outra vivência. De qualquer forma, vou repetir um velho chavão, “seguir seus sonhos”. Não importa se com aracnídeos, ou outro grupo de animal ou planta, ou em aspectos de dentro do corpo dos organismos (genética, fisiologia, biologia celular ou molecular, e etc). Fazer com prazer, com rigor científico, com ética, com compromisso social, e tentar se manter mentalmente saudável. 

Você é um professor de grande inspiração para os alunos e outros profissionais. Atualmente, consegue imaginar trabalhando totalmente fora da sala de aula?
Agradeço o comentário, mas acho que tem um pouco de exagero, sou apenas mais um professor. Mas respondendo à pergunta. Não consigo me imaginar trabalhando totalmente fora da sala de aula. Ser professor não é só passar conteúdo livresco, é ter várias leituras e abordagens, é contextualização, é imersão. É olhar nos olhos dos alunos e eles nos meus, os movimentos corporais, a entonação de voz, os trejeitos, as provocações, é a troca de saberes. O que me move é a interação e a troca, é ver olhos brilhando. E nestes tempos de pandemia, de ensino virtual e educação a distância, atividades que respeito e que considero importantes e necessárias e as quais estou fazendo neste momento. Mas não é a mesma coisa, a gente se adapta, é claro, e tenta fazer da melhor forma possível, mas espero ansioso pela volta às aulas presenciais.
A universidade, como o próprio nome diz, é abrangente, envolvendo diversas áreas de conhecimento, de abordagens e de visões de mundo. Considero que existem diversas abordagens na formação de um profissional, que se entrelaçam. Mas vou especificar duas delas. O conhecimento, a ciência, o domínio de técnicas e abordagens específicas em cada subárea do conhecimento biológico, formar um bom profissional em termos teóricos e práticos, para competirem no mercado de trabalho. Em termos metafóricos, é o cérebro atuando. Por outro lado, o coração também é importante, a sensibilidade, o aspecto social. O papel do professor também é, através do conhecimento e experiência, provocar e instigar, plantando sonhos, ideias e ideais, e é uma interação mútua com os alunos, ensinando e aprendendo; com profissionalismo, mas também com dedicação, com amor, com carinho, com ética, com sensibilidade, com humildade para construir um mundo melhor. A força transformadora da ciência sem considerar aspectos da alma humana, é ilusão. E o desafio é saber transitar entre estes dois aspectos, o que não é nada fácil, pois eles não são apenas externos (pressões da sociedade e do dito “mercado”) mas também internos (nossos sentimentos, valores e sonhos). Posso olhar uma árvore retorcida do cerrado, um passarinho, uma borboleta, uma flor e pensar em aspectos científicos, e explicar tudo com palavras, conceitos ou equações, mas nossa alma também necessita de beleza e mistério. 

Lab • Micropropagação vegetal 
A micropropagação vegetal é uma técnica de multiplicação in vitro. Com essa técnica é possível produzir muitas mudas a partir de uma planta-mãe, ou seja, gerar clones. A principal vantagem dessa técnica é que favorece a multiplicação de espécies cuja germinação por semente é mais complicada, como: orquídeas, velózias, bromélias e alguns frutos como bananas e abacaxis. Há também a possibilidade de uma produção em grande escala. Uma curiosidade sobre essa técnica: ela é a única forma de livrar uma planta rara de vírus, visto que esse, não é capaz de chegar até o meristema, tecido que pode ser feita a multiplicação desta planta. A técnica é realizada totalmente em laboratório sob condições adequadas de assepsia, nutrição e fatores ambientais.

Vamos ao passo-a-passo? Primeiro há a escolha dos explantes, ou seja, partes da planta que será multiplicada: ápice meristemático, folha, raiz ou qualquer outro órgão que seja melhor para a cultura in vitro. Em seguida, há preparação do meio de cultura e inoculação dos explantes no meio nutritivo, com sais minerais, vitaminas, carboidratos e reguladores de crescimento. Com isso, ocorrerá a estimulação da multiplicação celular e posterior a organogênese (formação de brotos ou raízes). Após o desenvolvimento da planta no meio de cultura, é necessário fazer a retirada desta e fazer com que se acostume com o ambiente externo, processo este, chamado de aclimatação. A aclimatação é muito importante pois a planta precisa se adaptar às condições ambientais externas para que não ocorra a morte das mudas que foram produzidas internamente em meio de cultura. 



Nossos resíduos • O plástico no mar 
O Brasil é o 4º maior gerador de resíduos plásticos do mundo, com 11,3 milhões de toneladas, no entanto, só recupera 1,3% desse montante, número bem abaixo da média mundial, que já não é muito boa, de 9%. De acordo com dados do Banco Mundial, cada brasileiro produz, em média, aproximadamente 1 kg de resíduo plástico por semana. Além de reciclarmos pouco, nem todos os resíduos coletados tem destino ambientalmente seguro. Estima-se que cerca de 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartados de forma irregular em lixões a céu aberto. Quando destinados de forma incorreta, esses resíduos vão poluir o meio ambiente e os ecossistemas, como os oceanos. No mar, esses resíduos são ingeridos pelos animais, que podem morrer contaminados ou até mesmo estrangulados. Outra parte pode ser ingerida por nós mesmos. Os resíduos plásticos com o tempo, devido à exposição a luz e a água, se degradam em pequenos fragmentos denominados microplásticos que vão parar no interior de peixes e outros animais marinhos que podem ser consumidos pelos seres humanos. Dessa forma, a poluição dos mares pelos plásticos além de afetar a biodiversidade marinha, tem impacto direto sobre a saúde pública. Ainda não se sabe exatamente os efeitos a longo prazo da ingestão de microplásticos para a saúde humana. A solução da poluição marinha por resíduos plásticos passa desde uma gestão pública mais eficiente dos resíduos urbanos, como pela mudança da população no consumo excessivo desse material, como é o caso dos produtos descartáveis de uso único. 

Natu 15 12/06/2021 • Bico-doce (Ameiva ameiva) • Redação • Direção: Nathália Araújo; Conteúdo: Amanda Costa; Rodrigo Viana; Fotografias: Paulo Cesar Motta.

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