Microrrelevos do Cerrado: os Campos de Murundus
Entende-se por Campo de Murundus, “os microrrelevos formados por um conjunto de morrotes que se desenvolvem nas proximidades das cabeceiras e margens de drenagens”. Estão distribuídos por diversas partes do mundo, os chamados de mima-mounds; heuweltjie, cupim savannen; cerritos; tatucos; gilgai e mima-prairies. No Brasil, são conhecidos também de murundum, morundu, cocoruto, monchão, capãozinho, ilha, morrote, varjão e covoal.
Na primeira fotografia um murundu em primeiro plano com a vista para um campo composto de murundus. Na fotografia a seguir, o campo de murundus com mais destaque e presença de pequenas arvores e arbustos.
Em geral, encontra-se na formação campestre da fitofisionomia de campo sujo, com área inundável em época de chuva - do fim para início da seca, devido à drenagem do solo. Como o próprio nome diz, é um campo com parte plana e vários montes que podem conter de 1 até 2 metros de altura e de 5 a 50 metros de diâmetro. Há presença marcante de espécies herbáceas da família Asteraceae, Cyperaceae e Poaceae (gramíneas), além de espécies do estrato arbóreo-arbustivo típicas do Cerrado, como as da família Melastomataceae, Solanaceae e Rubiaceae, por exemplo.
Os Campos de Murundus possuem relevante importância na captação de recursos hídricos, além do abastecimento dos rios. Há uma Instrução Normativa nº 39/14, que caracteriza os Campos de Murundus como Áreas de Preservação Permanente (APP’s) para o território do Distrito Federal. Embora sua origem seja desconhecida, existem algumas hipóteses - a primeira, é de que esses campos surgiram devido à atividade de cupins; outra diz que o surgimento foi ocasionado por fatores geomorfológicos. Assim como as áreas úmidas, são áreas que necessitam de mais pesquisas, a fim de contribuir com a conservação do meio ambiente e da natureza.
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