Tamanduá-bandeira, natureza e biodiversidade!

2º Encontro de Zoologia Médica



Para sanar dúvidas, discutir curiosidades, conquistar novos estudantes, despertar interesse nesse campo tão vasto e importante, mas que ainda é pouco explorado e negligenciado no nosso país. A propósito, quem são os principais animais peçonhentos do Brasil? São estes: as serpentes, os escorpiões, as abelhas, as aranhas e alguns animais marinhos como águas-vivas e caravelas.

O Encontro de Zoologia Médica 一 EZM, está com inscrições abertas! Esse evento é virtual e tem o intuito de levar mais conhecimento, informar pessoas, desvendar preconceitos para com estes animais, além de conscientizar sobre esse tipo de impacto na saúde pública. A Zoologia Médica pode ser oferecida como especialização em algumas Instituições de Ensino Superior do Brasil e dependendo do curso, também pode aparecer como uma disciplina integrante da grade curricular, mas isso não é comum. 


E você sabe o porquê desse nome? 
Como o próprio termo diz, é o estudo de animais vertebrados e invertebrados que possuem peçonhas, podendo de alguma maneira causar acidentes de interesse médico. Além disso, aborda a ecologia e epidemiologia das doenças relacionadas a estes animais. Inclusive, os acidentes podem ser fatais, se não tratados com a devida importância.
 
No Brasil, segundo o último boletim epidemiológico especial de 2019 do Ministério da Saúde, os acidentes são, em geral, ocorridos em ambientes de trabalho (AT) localizados no campo, na água e nas florestas. Fazem parte das maiores causas de morbimortalidade em todo mundo. Isso se refere ao índice de pessoas que morrem em consequência de uma determinada doença em um grupos específicos. A Organização Mundial de Saúde - OMS, incluiu há mais de 10 anos, esses acidentes no grupo das Doenças Tropicais Negligenciadas - DTNs. Inclusive, os acidentes ofídicos - aqueles causados por serpentes - foram incluídos na Lista de Notificação Compulsória do Brasil devido ao elevado número de casos, e precisam ser notificados ao governo federal, assim que confirmado.

Com foco no Brasil, os animais que mais causam esses acidentes de trabalho (AT), são as serpentes, escorpiões e aranhas. 

Os casos de envenenamentos por serpentes chegam a 29 mil por ano. Os gêneros responsáveis por esse elevado número de casos começa com a Bothrops - o grupo das jararacas, Crotalus - o grupo das cascavéis, Lachesis - as temidas surucucus e as cobras corais da família Elapidae. Importante registrar que isso pode variar dependendo da região de ocorrência (Os dados podem sofrer alterações de acordo com os anos de registro e região).

Já os escorpiões apontam cerca de 69.036 casos. Os principais escorpiões de importância médica no Brasil, são do gênero Tityus. Em especial espécies como Tityus serrulatus, responsável por acidentes de maior gravidade, T. bahiensis e T. stigmurus.




As aranhas ocupam o terceiro lugar, não menos importantes, chegam a 27.125 casos de ocorrências anuais. Os gêneros de importância médica no Brasil são: Phoneutria, a famosa aranha-armadeira que possuem ação neurotóxica, Loxosceles, a aranha-violinista conhecida por uma picada necrosante e Latrodectus, viúvas-negras famosa por praticar o canibalismo após a cópula.

No Sistema Único de Saúde - SUS, a vigilância é feita por uma ficha de coleta de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Lá também é abordado um campo específico para identificação da relação com trabalho, que facilita a gestão desse agravo. Infelizmente, a real amplitude dos AT com animais peçonhentos ainda é desconhecida, devido à subnotificação.

Essa é uma área que possui vasta relevância de estudo e necessita de pessoas empenhadas para contribuir com esses dados importantes, não só para a saúde pública como para o conhecimento, monitoramento e conservação desses animais silvestres. Por tudo isso, são necessários mais estudos, assim como programas de educação ambiental para conscientização da população para que conhecendo sobre estes animais saibam se proteger, notificar os acidentes  e conservar as espécies.

Para estudantes, amantes da zoologia médica e animais peçonhentos: temos um encontro marcado com profissionais que trabalham nesse campo diverso e ainda misterioso da ciência, para desvendar preconceitos, esclarecer dúvidas e levar informações às pessoas. O Encontro está marcado para os dias 18 e 19 de março, das 14h às 18h30. 

Confira as palestras e palestrantes desse Encontro imperdível:

Palestra: Serpentes de Importância Médica e Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
Palestrante: Andrei Guedes - Biólogo, Mestre em Zoologia e Doutorando do Programa de Pós-graduação em Zoologia da Universidade de Brasília. Tem experiência nas áreas de Licenciamento Ambiental e Zoologia, atuando principalmente nos seguintes temas: Herpetofauna, Taxonomia, Morfologia e Monitoramento Ambiental.

Palestra: Aracnídeos Fantásticos e sua importância.
Palestrante: Davi Matias - Graduado e Licenciado em Ciências Biológicas e  Pós-graduando em Paisagismo, pela Escola de Paisagismo de Brasília em parceria com a Faculdade Juscelino Kubitschek - JK de Brasília. Tem experiência na área de Análises Clínicas, Docência e Ecologia, sendo esta direcionada para Aracnologia.

Palestra: Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus): Biologia, acidentes e profilaxia.
Palestrante: Feliphe Novais - Biólogo, Mestre em Zoologia.  Ex-diretor do projeto Cobral Legal - Educação ambiental. Tem experiência na área de zoologia, ecologia e educação ambiental, com ênfase em aracnologia, herpetologia e animais peçonhentos. É Diretor e Fundador do Sítio e Instituto Cerrado Vivo.

Palestra: Ofidismo e as Serpentes Peçonhentas no Brasil.
Palestrante: Claudio Machado - Biólogo, Especialista em Zoologia, Mestre em  Informação e Comunicação em Saúde e Doutor em Ciência - Medicina Tropical pela Fiocruz.   Possui experiência na área de Zoologia, com ênfase em Herpetologia e Saúde Pública. Revisor de periódicos na área de saúde, criador e responsável pelo projeto de divulgação científica "Papo de Cobra" em diversas redes sociais como Youtube, Twitter e Instagram.

Palestra: Virologia de Primatas não-humanos: Identificação e caracterização de novos vírus (Anellovirus) em primatas do Distrito Federal.
Palestrante: Maurício Macêdo - Graduado e Licenciado em Ciências Biológicas, Especialista em Biociências Forenses e Mestre pelo programa de pós-graduação em Patologia Molecular.  Atualmente é Biólogo da Universidade de Brasília e trabalha no Laboratório de Microbiologia Médica Veterinário da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária. Atua principalmente nos seguintes temas: Bacteriologia Geral e Virologia.

Faça sua inscrição aqui!

 LEIA MAIS  Gostou de saber do 2º Encontro de Zoologia Médica? Envie sugestões sobre o que você gostaria de ver por aqui. 

Comentários

Leia também

Projeto Vida de Tamanduá (Myrmecophaga tridactyla).